Certificado de Reconhecimento e Regularidade

CERTIFICADO ORIGINAL

CERTIFICADO TRADUZIDO PARA O PORTUGUÊS

O Supremo Conselho do Grau 33 para a República Federativa do Brasil, Rito Escocês Antigo e Aceito, o nosso Supremo Conselho de Minas Gerais, foi fundado em 31/03/1974. Estamos comemorando, portanto, o seu 44º aniversário. Ele é o homenageado de hoje. A exposição enfocará somente a sua criação e o seu trajeto vitorioso até os dias atuais.

A data merece ser comemorada, tendo em vista o sucesso obtido no empreendimento de nossos Irmãos, que tiveram a ousadia de fundar este Supremo Conselho à revelia de uma das que detinha os chamados direitos sobre as atividades inerentes aos graus filosóficos no Brasil.

Tudo começou com a crise na Potência Simbólica. O GOMG havia acabado de declarar seu desligamento do Grande Oriente do Brasil. Para ser preciso e coerente com a história e o conteúdo do processo entre as partes, havia um tratado entre o GOMG e o GOB. O GOMG era já uma Potência independente e autônoma, mantendo tratado com o GOB. O GOMG foi fundado em 1944 com a liderança do Cel. José Pereira da Silva, depois alterado para Cel. José Persilva.

Nos Altos Graus, havia em Belo Horizonte o Conselho de Kadosh n. 7, o Corpo Filosófico de mais elevado grau na cidade, que tinha como presidente o conhecido Ir.: Arlindo Fernandes de Lima. Não havia unanimidade entre os seus membros nas posições de permanecer no GOB ou aderir ao GOMG. Parece que a visita surpresa do Soberano Grande Comendador do GOB, arbitrário, prepotente e intransigente, impondo a permanência dos Corpos Filosóficos no GOB, não agradou aos irmãos. Liderados pelo “ditador mais democrático” como se autodenominava o irreverente Ir.: Arlindo, que, com determinação e vontade, enfrentou o inoportuno visitante e até então chefe da Instituição Filosófica. Na reunião, todos permaneceram serenos e tranquilos. Diante das ameaças, o Ir.: Arlindo, calmamente, retirou de seu bolso a caneta e, ousada e irreverentemente, a ofereceu ao Soberano, desafiando-o a assinar o ato de expulsão. Ele não teve coragem e o nosso Supremo Conselho tornou-se realidade. A posição foi tomada pelos irmãos Acácio Paulino de Paiva, Cecílio da Silva Ribas, Carlos Barbosa Caciquinho, Joaquim Augusto Ramos, liderados pelo Ir.: Arlindo Fernandes de Lima, tendo ainda participado da decisão e da fundação do Supremo Conselho, entre outros, Frederico Camelier, Floriano Andrade, José Gomes de Oliveira, Antônio de Paula (os mais conhecidos). Esses irmãos foram expulsos do GOB pelo seu Grão-Mestre, aquele mesmo que usurpou o cargo do nosso Ir.: Athos Vieira de Andrade, Grão-Mestre do GOMG e o vencedor das eleições no GOB.

Em setembro do mesmo ano, foi assinado o Tratado de Reconhecimento e Aliança Maçônica, firmados por Arlindo Fernandes de Lima, Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho e Athos Vieira de Andrade, Grão-Mestre do GOMG. Tudo foi feito dentro dos mais puros princípios maçônicos e a legislação profana vigente.

Estava fundado o nosso Supremo Conselho. Convém ressaltar a influência que teve o Supremo Conselho na consolidação do Grande Oriente de Minas Gerais, tanto pelo apoio institucional recebido quanto pela oportunidade que apresentava aos irmãos da Potência Simbólica de se aprimorarem dentro da filosófica do REAA e progredirem na filosofia do rito mais praticado e com melhor estruturação da Maçonaria Universal.

O Supremo Conselho de Minas Gerais estava fundado e cumprindo seus objetivos dentro de sua proposta de trabalho e da prática do REAA.

Assumiu o comando como Soberano Grande Comendador o Ir.: Arlindo Fernandes de Lima, tendo o Ir.: Cecílio da Silva Ribas como Lugar-Tenente Comendador. Permaneceram no cargo de 31/03/1974 a 30/03/1977.

O Ir.: Heráclides Leite Ferreira assumiu em 30/03/1977 e ficou até 29/03/1980, tendo o Ir.: José Gomes de Oliveira como Lugar-Tenente Comendador.

O Ir.: Arlindo Fernandes de Lima retornou à posição de Grande Comendador, cargo que ocupou por 4 mandatos, tendo para cada um deles, como Lugares-Tenentes Comendadores os IIr.: Sebastião Cardoso, Acácio Paulino de Paiva, Dario Marcondes Ribeiro e Renato da Silva Lessa.

Seguiu-se no cargo máximo o Ir.: Hirohito Torres Lage, inicialmente como substituto e depois como titular eleito, nos períodos 1995/1998 e 1998/2001, tendo o Ir.: Sebastião Cardoso com Lugar-Tenente Comendador.

Assume o cargo o Ir.: Sebastião Cardoso em 2002, primeiro como substituto e depois como titular eleito nos mandatos 2004/2007, 2007/2010, 2010/2013, 2013/2016, tendo como Lugares-Tenentes Comendadores o Ir.: Abel Machado de Miranda na gestão 2004/2007, o Ir.: Luiz Antônio Longarai nas gestões 2007/2010, 2010/2013 e 2013/2016.

Atualmente, o cargo continua ocupado pelo SGC Sebastião Cardoso, tendo como Lugar-Tenente Comendador o Ir.: Wagner Colombarolli.

Do Conselho de Kadosh n.7 aos dias atuais como Supremo Conselho, longa e vitoriosa foi a trajetória. Conta atualmente com cerca de 1.500 Obreiros, distribuídos em:

  • 35 Lojas de Perfeição;
  • 55 Lojas Capitulares;
  • 36 Conselhos de Kadosh;
  • 18 Consistórios;
  • Total de 144 Corpos Filosóficos.

A administração dos Altos Graus no Estado está dividida em 23 Regiões Litúrgicas Administrativas, que são coordenadas por Grandes Inspetores Litúrgicos.

O Supremo Conselho de Minas Gerais é o 3º mais antigo Supremo Conselho entre os congêneres do grupo dos SCs independentes, superado pelo do Rio Grande do Sul (1895) e São Paulo (1972).

Esses ditos Supremos Conselhos independentes dão suporte filosófico aos Grandes Orientes independentes, hoje reunidos com a denominação COMAB – Confederação Maçônica do Brasil, criada como Colégio de Grão-Mestres.

A extrapolação de suas fronteiras teve início com a fundação da Excelsa Congregação dos Supremos Conselhos do Brasil do REAA, contando inicialmente com os Scs de Minas Gerais, de SP, do RS e do PR (inicialmente como observador).  A fundação da Excelsa Congregação contou com a iniciativa e liderança do Ir.: Arlindo Fernandes de Lima, que registrou sua sede permanente em BH, onde é mantida até o presente. Hoje, a Excelsa Congregação conta com 11 Supremos Conselhos: além dos de MG, SP, RS e PR, foram admitidos posteriormente os de RN, PE, SC, CE, PB, MT e MA.

Os Supremos Conselhos que participam da Excelsa Congregação são independentes e soberanos em suas áreas de jurisdição. Reúnem-se para tratar de assuntos de interesse comum e manter uniformidade na prática do Rito. Há uma reunião ordinária anual, quando há troca do presidente em sistema de rodízio. O presidente é um coordenador e cada Supremo Conselho mantém sua autonomia e cada Grande Comendador a sua soberania.

A inserção do SCMG na Maçonaria mundial. Em 1999, na reunião anual em Foz do Iguaçu, houve visita previamente agendada do Chanceler Michel Basuyaux, emissário do Supremo Conselho da França. Solicitou participar da reunião privativa dos Soberanos, quando expos a organização de um Grupo Internacional de Supremos Conselhos do REAA com o objetivo de se agruparem dentro dos princípios de regularidade do Rito. Do Grupo participavam SCs da Europa, África e América. A iniciativa e liderança foram dos SCs da França e da Bélgica. Haviam iniciado os trabalhos em 1996 em uma reunião em Paris. Seguiu-se a de 1998 em Gand, na Bélgica. A seguinte seria em 2000 em Atenas, na Grécia, reunião que foi adiada e realizada em 2001 devido ao terremoto que abalou aquele país. Verificadas a regularidade da prática do Rito pelo SCs da Excelsa Congregação, os Grandes Comendadores tomaram conhecimento do projeto e assinaram pedido de adesão ao Grupo. Essas propostas foram aprovadas e os SCs da Excelsa Congregação passaram a fazer parte do Grupo Internacional.

Com a participação do grupo do Brasil, seguiram-se as reuniões de Atenas/Grécia (2001), Belgrado/Sérvia Montenegro (2004), Libreville/Gabão (2006), São Paulo/Brasil (2008), Port au Prince/Haiti (2010) - cancelada na véspera de sua realização devido ao cólera e efetivada em Paris, durante a reunião do Solstício de Inverno, em dezembro –, Nápoles/Itália (2012), Foz do Iguaçu/Brasil (2014), Bruxelas/Bélgica (2016). A próxima, em 2018, será em Assunção/Paraguai. O tema será “o conceito de soberania dos SCs e os documentos fundamentais do Rito”.

Em 2012, em Nápoles, por proposta do Supremo Conselho da Bélgica, foi criada a AIME – Aliança Internacional Maçônica Escocesa – absorvendo o Grupo Internacional. Na ocasião, foram discutidos e aprovados os termos do Tratado e o Regimento Interno da recém fundada organização.

A reunião, bianual, trata de temas de interesse do REAA, escolhidos por ocasião da reunião anterior, divulgados e discutidos durante o período que antecede a reunião oficial, ocasião em que há a apresentação dos resumos por continente, discutidos e colocados em votação para aprovação final.

Os critérios de regularidade, discutidos e aprovados nas primeiras reuniões são aqueles que, sem os quais, não há REAA. São eles:
 

  • O processo iniciático é uma busca espiritual que se apóia na invocação de um Princípio Superior ou Criador, com o nome de Grande Arquiteto do Universo.
     
  • Presença do Livro da Lei Sagrada aberto sobre o Altar dos Juramentos. Como tal, entende-se, para nós, a Bíblia.
     
  • A referência aos Documentos de Fundação, as Constituições  e Regulamentos de 1762 e as Grandes Constituições de 1786, tais como adotados por todos os Supremos Conselhos do Mundo.
     
  • O uso dos dísticos “Ordo Ab Chao” e “Deus Meunque Jus”.
     
  • O respeito ao processo iniciático.
     
  • Não aceitar a maçonaria mista e não admitir mulheres nos trabalhos regulares das lojas.
     
  • O caráter aberto e adogmático da espiritualidade.

 

Em 2009, em reunião da Excelsa Congregação em Cuiabá, com a presença do SGC do SCDF, Claude Collin, aproveitando ideia antiga do SC PR, foi proposta a criação da Confederação Pan-americana, congregando os SCs das Américas. Foi aprovada em São Paulo, na reunião seguinte da Excelsa, também com a presença do SGC do SCDF, a criação da Confederação Pan-americana e seu Estatuto. Tal foi a repercussão favorável que a ideia foi implementada pelos demais Supremos Conselhos e fundadas a Confederação Pan-africana e a Confederação Pan-europeia.

Participam da Confederação Pan-americana, além dos 11 SCs do Brasil, SCs da Bolívia (Santa Cruz de la Sierra e Cochabamba), Colômbia, Venezuela, Paraguai, El Salvador, Haiti, México, Equador, de Língua Espanhola do Sul da América do Norte (Texas).

Concluindo, o SC MG, além de sua organização interna com 144 Corpos Filosóficos, cerca de 1.500 Obreiros distribuídas em 23 Regiões Administrativas Litúrgicas, constituindo uma bela, organizada e pujante instituição, está ele inserido na Maçonaria Mundial através da Confederação Pan-americana e a Aliança Internacional Maçônica Escocesa, com todo o respaldo para a fundamentação e a prática do REAA em sua pureza e de acordo com os seus princípios e tradições.

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